quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Não tirem a sesta aos nossos meninos!




 
Hoje de manhã ouvi um especialista a falar da importância do sono.. dizia que as crianças no pré-escolar e 1º ciclo deveriam dormir 10-12h.. As pessoas acordam cada vez mais cedo e chegam a casa cada vez mais tarde..entre banhos e preparar o jantar a hora de deitar já passou à muito.. A sesta era uma óptima maneira de compensar.. as crianças andariam muito mais dispostas e menos birrentas..


Época Natalícia



Já chegou a azáfama. Quer queiramos quer não atinge-nos como se de uma avalanche se tratasse.

São os ensaios para a Festa de Natal com as Famílias, mais a lembrança para as crianças oferecerem, e a árvore de Natal que não queremos deixar de fazer... ah! e a carta ao Pai Natal pois mesmo sabendo que nem sempre se "portam bem" pedem-lhe com um "se faz favor" o brinquedo desejado e agradecem antecipadamente: "obrigado".

É assim que andamos, nesta gestão desenfreada do tempo, dos desejos, do apelo ao não consumismo e ao enfatizar dos sentimentos do afecto.

O consumismo natalício é presenciado e referido nas conversas das crianças... mas porque é que é Natal?! O que é o Natal?! Pergunta muito difícil, mesmo! Temos que os ajudar a encontrar outras respostas que não incluam apenas e exclusivamente Prendas e pedidos ao Pai Natal.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Dia de S.Martinho

No dia 11 de novembro, celebra-se em Portugal o dia de S.Martinho.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Grandes Artistas

O gosto pela música é natural nas crianças



É com o corpo que as crianças exploram, aprendem e reagem aos estímulos do meio envolvente. São os sentidos que recolhem o material com o qual se constróem as imagens mentais – não só visuais mas também tácteis, auditivas, ...necessárias à construção dos conceitos.

A educação do corpo, do gesto, da audição, da voz e da visão desenvolve nas crianças o campo das possibilidades de interpretar o mundo, de exprimir o pensamento, de criar.

Este trabalho, embora contenha algumas limitações, procurará dar uma imagem da importância que a Expressão e Educação Musical e Dramática tem no desenvolvimento afectivo, social e intelectual das crianças, na medida em que lhes dá a possibilidade de interpretar o mundo, de estruturar e exprimir o seu pensamento, de criar, de desenvolver o seu equilíbrio emocional, de formar o seu carácter e de afirmar a sua própria identidade.
O gosto pela música é natural nas crianças. Elas gostam de cantar e de ouvir música, como gostam de ouvir o ruído da água que corre da nascente ou o canto de uma ave. A música é uma linguagem universal, completa, porque puramente intuitiva, e talvez o modo de expressão por excelência da expontaneidade.

sábado, 22 de outubro de 2011

A música no Jardim de Infância

A música descobre-se nos sons pela sua identificação e análise. Classificá-los e analisá-los leva o indivíduo a produzi-los de acordo com modelos propostos, ou a identificá-los a partir de fontes diversas.
A educação musical deve acompanhar a criança em todo o seu processo de crescimento, desde o Jardim-de-infância até níveis de educação superior adaptando-se,em cada momento às suas capacidades e interesses. Numa primeira fase a criança apreende a escutar, a dar nome ao que vê e ouve, relacionando e rganizando sons e experiências. É através dos primeiros jogos de emissão, recepção de sinais que se chega a linguagem.
Utilizando todos os elementos que lhe foram ensinados a criança é capaz de exprimir e de receber mensagens literárias e musicais, vivendo a música antes de aprender quaisquer as regras da leitura e da escrita.
A criatividade, a exploração  o desenvolvimento das capacidades musicais de memorização e de interpretação são fundamentais para o desenvolvimento psicomotor, devendo assim a criança construir os seus próprios instrumentos musicais.

domingo, 16 de outubro de 2011

A importância da familia no desenvolvimento da criança






A criança
As crianças interagem a maior parte do tempo com os pais, porém, existem outras pessoas que desempenham um importante papel no desenvolvimento global da mesma, como: os professores, a família, os irmãos, os colegas, entre outros.
Para além disto, há que ter em conta as mudanças que ocorrem no contexto da vida da criança e que podem produzir fortes influências no seu desenvolvimento.
Por exemplo: as mudanças temporárias (como a visita de familiares, de amigos ou vizinhos a casa; a ida dos pais para o trabalho) as mudanças mais duradouras (como o nascimento de um bebé, a separação dos pais).
O modelo ecológico
O modelo ecológico do desenvolvimento humano de Bronfenbrenner (1996) inclui uma nova forma de olhar as propriedades da pessoa em desenvolvimento. Assim, considera: a pessoa; o processo; o tempo e o contexto.
Esta nova abordagem ressalta a importância de se considerarem as características do indivíduo em desenvolvimento, bem como as suas convicções, o nível de actividade, o temperamento, as suas metas e as suas motivações.
Por outro lado, para se desenvolver o nível intelectual, emocional e social da criança é necessário que esta tenha uma participação activa e que interaja com pessoas, objectos e símbolos no ambiente onde se insere.
O processo de interacção da criança com os outros, associado aos vários ambientes onde vive e aos eventos históricos influenciam o desenvolvimento desta.
O sistema familiar é um sistema aberto e dinâmico, que muda com o passar do tempo (modificações ao nível do número de membros e até no processo de desenvolvimento).
Cada membro do sistema familiar passa por uma série de papéis de acordo com a idade, sexo e inter-relações, dentro e fora da família.
De acordo com a teoria ecológica dos sistemas de Bronfenbrenner, o ambiente é dividido em níveis: o microssistema, o mesossistema, o exossistema e o macrossistema.
O microsistema refere-se a padrões e actividades de interacção entre o indivíduo e o seu meio.
O mesosistema engloba relações entre microsistema, como o lar, a escola, a vizinhança, a creche, etc. e que favorecem o desenvolvimento da criança.
O exosistema diz respeito aos cenários sociais próximos que afectam as experiências dos indivíduos. Por exemplo, as relações formais como o local de trabalho dos pais, os serviços de saúde e bem estar da comunidade, a rede social da família.
O macrosistema consiste nos valores, leis, costumes e recursos de uma determinada cultura.
A família
A família desempenha um papel de extrema importância no desenvolvimento da criança, uma vez que é através desta que se constroem pessoas adultas com uma determinada auto-estima e onde estas aprendem a enfrentar desafios e a assumir responsabilidades.
Esta deve assegurar a sobrevivência dos filhos, o seu crescimento saudável e sua socialização dentro dos comportamentos básicos de comunicação.
Deve acarinhar e estimular as crianças no sentido de transformá-las em seres humanos com capacidade para se relacionar competentemente com o seu meio físico e social, assim como para responder às exigências necessárias à sua adaptação ao mundo.
As famílias de hoje carecem de tempo para conviver e para comunicar. Encontrar tempo para ouvir e para falar, significa deixar de lado muitas outras coisas que nos interessam muito, mas que não são tão importantes. Por vezes, a falta de assunto associada stress do dia a dia aumentam o distanciamento entre os membros da família.
A verdade é que os pais devem fazer um esforço no sentido de fomentar o diálogo e consequentemente os laços familiares, até porque, existe sempre algo para dizer: uma aventura no seu trabalho, uma tarefa doméstica, um programa na rádio, o futebol, etc.
“Não ignorando as necessidades que a sociedade actual impõe aos pais, e que eles próprios constroem, é vital que se olhe para o avô como um adulto que tem uma vida, experiência e identidade própria que não pode ser subjugada ás necessidades da nova geração de pais”. (Lídia Rego: 2002)
Para além dos pais, os restantes membros da família (avô, avó, tios) também têm um papel de extrema importância no desenvolvimento das crianças (contando histórias).
As crianças também deverão participar e enriquecer os restantes membros da família com as suas aventuras e peripécias. Aprender a dialogar em família é algo acessível a todos.
As crianças aprendem continuamente através dos seus pais, não só o que estes lhes contam, mas também, sobretudo, pelo que vêem neles, como actuam, como respondem perante os problemas. Em definitivo, as crianças observam e copiam o proceder dos seus pais perante a vida.
A verdadeira educação nos valores transmite-se, passa dos pais para os seus filhos desde o dia do nascimento até ao final da vida.
A família é a instituição mais privilegiada da educação, pois é no seu meio natural que o homem nasce e existe e onde se desperta como pessoa. Exerce enorme influência quer na integração escolar quer no desenvolvimento dos filhos.
Em conclusão, penso que é de extrema importância o conhecimento da influência que os sistemas familiares têm sobre o desenvolvimento e comportamento das crianças e dos jovens da nossa sociedade.

António A. S. (Professor)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Educador hoje

 
"Os nossos meninos não são os de antes...
trocaram os brinquedos de madeira pelos sofisticados brinquedos de luzes e sons,
que só com o simples toque numa tecla fazem aparecer o mundo
fantástico da electrónica.
As educadoras não são as de antes...
Fotocopiam, ampliam, colam papéis de texturas maravilhosas e
reconstroem pegadas de animais pré-históricos só com o
simples acto de misturar água e gesso...
Mas há coisas que não mudam, que o tempos e os anos respeitam...
O olhar de uma criança de mão dada com a sua educadora
e o contacto silencioso, caloroso, são sinais entranhados de um código único,
de um sentimento de profunda amizade.
Uma criança e a sua educadora... são capazes de tudo!
Podem passar horas juntas escutando cantigas, resolvendo problemas com caricas
e pauzinhos ou simplesmente a brincar com a imaginação...
Podem fazer as maiores invenções e tentar salvar o mundo
plantando uma árvore.
Não são as crianças de antes...
As educadoras e educadores não são os de antes...
O mundo não é o de antes...
Mas há coisas que não mudam...
A capacidade de deslumbramento, a força da natureza,
o olhar de uma criança e o carinho de um(a) educador(a)
que se entrega sem condições, dia-a-dia, que sonham e trabalham juntos
por um mundo melhor, com um código único,
eterno, poderoso, indestrutível:
O de uma profunda amizade"
Cecilia Sabbatini

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Equinócio do Outono 2011

 
 
 
 
 
Em 2011, o Equinócio de Outono, ocorre no dia 23 de Setembro às 09h05m (tempo universal), 10h05m em Portugal continental. Este instante marca o início do Outono no Hemisfério Norte. Esta estação prolonga-se até ao próximo Solstício que ocorre no dia 22 de Dezembro às 05h30m.

Equinócio: instante em que o Sol, no seu movimento anual aparente, corta o equador celeste. A palavra de origem latina significa "noite igual ao dia", pois nestas datas dia e noite têm igual duração.

Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Importância da Literatura Infantil

A Importância da Literatura Infantil

    Ler é indiscutivelmente necessário, não só na infância como na juventude e em todas as épocas da vida de uma pessoa. A leitura desenvolve a imaginação, o raciocínio e auxilia na escrita, por aumentarmos nosso vocabulário e aprendermos a escrever as palavras que antes não conhecíamos. Iniciar uma criança no mundo da leitura é muito difícil, principalmente nos dias atuais, onde livros são parados e monótonos, competem com um mundo de interatividade proporcionada pelos vídeo games e pela televisão.
   É importante estimular a leitura desde pequeno, antes mesmo da criança aprender a ler, um adulto deve ler histórias, para que a criança se interesse e aprenda a gostar. A história deve estar de acordo com a idade da criança, assim ela não se perde. No meio da história, a criança irá imaginar situações que inconscientemente irão ter alguma reflexão na sua própria vida. A leitura irá estimular a curiosidade, a instigação, descobrir o valor das coisas, os livros ensinam a saber o que é certo e o que é errado.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Adaptação das crianças ao Jardim de Infância


O Jardim de Infância é um momento e um tempo de socialização para a criança que se diferencia daqueles que ela viveu até essa altura por acontecer num espaço novo, com muitas pessoas novas e longe das figuras parentais e/ou outras significativas.
Por este motivo, é importante que este momento decorra com a maior serenidade e afecto possíveis, mas também sem hesitações, para que a criança sinta esta nova etapa como uma situação segura e acolhedora – um caminho por onde se pode aventurar sem receio.
Se a mãe e o pai estão felizes por eu estar aqui é porque este é um sítio bom para eu estar. É claro que eu vou estrebuchar quando eles disserem que vão trabalhar e que mais logo voltam para me buscar. Eu gosto deles e quero que eles fiquem aqui enquanto eu brinco. Era bom eu poder explorar todo este mundo novo e eles aqui maravilhados a olhar para mim; e mais importante que isso, sempre a jeito para um abraçinho de apoio ou de protecção.
Mas chega um momento em que as crianças percebem que o mundo é algo mais que uma mera continuidade de si próprios e, nesta linha de ideias, têm de aprender que aquelas duas pessoas, para além de serem os pais que o adoram, são também duas pessoas com outras coisas suas para ser e fazer. Assim sendo…
Quando eu perceber que os meus pais, voltam sempre para me vir buscar, eu aprenderei que posso brincar e divertir-me descansado enquanto eles aqui não estão. Porque eles adoram sempre ver-me de novo. Porque me beijam e me abraçam. E, desta forma, eu estou a crescer certo do seu amor.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A importância da Matemática na vida da criança

Gradualmente tem-se vindo a colocar mais ênfase ao desenvolvimento das capacidades básicas, no pré-escolar, incluindo a área da matemática.
Mesmo antes da criança iniciar o pré-escolar, já teve em contacto com algumas noções matemáticas. Umas mais que outras, mas todas já tiveram contacto com alguns conceitos matemáticos, e é a partir destes que o educador deverá ter em conta as suas actividades.
“A educação matemática tem um papel significativo e insubstituível, ao ajudar os alunos a tornarem-se indivíduos competentes, críticos e confiantes nas participações sociais que se relacionem com a matemática.” (Moreira, D. e Oliveira, I., 2003, pg.20)
Segundo as Orientações Curriculares (1997), a importância dada à matemática na vida da criança deve-se ao facto desta permitir:
- Uma estruturação do pensamento;
- Realizar funções na vida corrente;
- Aprendizagens futuras.
Caberá ao educador, a partir de situações do quotidiano, realizar actividades com as crianças, “ (…) internacionalizando momentos de consolidação e sistematização de noções matemáticas.” (Ministério da Educação, 1997, pg.73).
A área da Matemática é muito vasta, encontrando-se subdividida em várias áreas, sendo algumas delas:
- Classificação;
- O número;
- Padrões;
- Medidas;
-Formas;
-Cores;
-etc.
Referências bibliográficas:
Ministério da Educação (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa: Departamento de Educação Básica
Moreira, D. e Oliveira, I. (2003). Iniciação à Matemática no Jardim-de-Infância. Lisboa: Universidade Aberta

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Defenição de Educação

                                                     
Etimologicamente, a palavra educação significa, mais ou menos, o mesmo que a palavra criação. Educar, do latim educere, “é quase criar, é como tirar do nada é, pelo menos, despertar do sono e da letargia as faculdades adormecidas, é dar a vida, o movimento e a ação a uma existência ainda imperfeita
 (Mons. Dupanlo)

"A educação é a arte de cultivar, exercitar, desenvolver, fortificar e polir todas as faculdades físicas, intelectuais, morais e religiosas, que constituem na criança a natureza e a dignidade humana; dar a estas faculdades uma perfeita integridade; elevá-las à plenitude da sua força e da sua ação. E, deste modo, formar o homem, prepará-lo a bem servir a pátria nos diversos cargos sociais, que um dia seja chamado a desempenhar através da jornada da vida; e assim, num alto pensamento, conquistar a vida eterna, enobrecendo a vida presente. Eis a obra e o fim da educação."
 (Mons. Dupanloup)
Educar é fazer que alguém se desentranhe de si mesmo; é fazer duma criança um homem um cristão, dum cristão um santo, eleito
 (Mons. Pichenot).
                                                     

Os Quatro Pilares da Educação
 
banner_4_pilares_educO livro Educação: um Tesouro a Descobrir, sob a coordenação de Jacques Delors, aborda de forma bastante didática e com muita propriedade os quatro pilares de uma educação para o século XXI, associando-os e identificando-os com algumas máximas da Pedagogia prospectiva, e subsidia o trabalho de pessoas comprometidas a buscar uma educação de qualidade.
Segundo Delors, a prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver quatro aprendizagens fundamentais, que serão para cada indivíduo os pilares do conhecimento: aprender a conhecer indica o interesse, a abertura para o conhecimento, que verdadeiramente liberta da ignorância; aprender a fazer mostra a coragem de executar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de acertar; aprender a conviver traz o desafio da convivência que apresenta o respeito a todos e o exercício de fraternidade como caminho do entendimento; e, finalmente, aprender a ser, que, talvez, seja o mais importante por explicitar o papel do cidadão e o objetivo de viver.
Jacques Delors (1998) aponta como principal consequência da sociedade do conhecimento a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada em quatro pilares, que são, concomitantemente, do conhecimento e da formação continuada.
 
A seguir, é apresentada uma síntese dos quatro pilares para a educação no século XXI.
Aprender a conhecer – É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja efêmero, para que se mantenha ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho e reinventar o pensar.
Aprender a fazer – Não basta preparar-se com cuidados para inserir-se no setor do trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e de humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber comunicar-se e resolver conflitos e ser flexível. Aprender a fazer envolve uma série de técnicas a serem trabalhadas.
Aprender a conviver – No mundo atual, este é um importantíssimo aprendizado por ser valorizado quem aprende a viver com os outros, a compreendê-los, a desenvolver a percepção de interdependência, a administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum.
Aprender a ser – É importante desenvolver sensibilidade, sentido ético e estético, responsabilidade pessoal, pensamento autônomo e crítico, imaginação, criatividade, iniciativa e crescimento integral da pessoa em relação à inteligência. A aprendizagem precisa ser integral, não negligenciando nenhuma das potencialidades de cada indivíduo.
 

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

"Ser Criança"

 

"Ser Criança!"

Ser criança é ser;
papoila ao vento,
gaivota no firmamento.
É ser sol a brilhar,
é céu, é mar.
Ser criança é poder
correr, saltar.
É percorrer o mundo
de lés-a-lés,
é andar em bicos-de-pés.
É ter esperança,
que acabem as mutilações,
as violações,
a fome,
a guerra e a dor.
Ser criança é o sorriso,
que fala de paz,
que fala de amor.
Ser criança é ser grande!
É ser maior.
(autora: Maria do Céu Costa.)

Educação de Infância para Pais(com filhos no jardim de Infância) e Educadores de Infância

1. Proibido insultar o Jardim‐de‐Infância chamando‐lhe “escolinha”. Em primeiro lugar, porque é uma
escola, em segundo, porque todas as escolas ganhavam se ligassem Brincar com aprender.

2. É proibido que os pais imaginem que o Jardim‐de‐Infância serve para aprender a ler e contar. Ele é útil
para aprender a descobrir os sentimentos. Para aprender a imaginar e a fantasiar. Para aprender com o
corpo, com a música e com a pintura. E para brincar. Uma criança que não brinque deve preocupar mais
os pais do que se ela fizer uma ou outra birra, pela manhã ao chegar.

3. O Jardim‐de‐Infância assusta as crianças sempre que os pais ‐ como quem sossega nelas os medos
deles por mais um dia de jardim‐de‐infância ‐ lhes repetem: ” Hoje vai correr tudo bem!”

4. Os pais estão proibidos de despedir‐se muitas vezes das crianças, ao chegarem todos os dias. E é bom
que se decidam: ou ficam contentes por elas correrem para os amigos ou ficam contentes por elas se
agarrarem ao pescoço deles, com se estivessem prestes a ser abandonadas para sempre.

5. É proibido que as crianças vão dia‐sim dia‐não ao Jardim‐de‐Infância. E que vão, simplesmente,
quando os seus caprichos infantis vão de férias. E que não vão ” só porque sim”. O Jardim‐de‐Infância
não é um trabalho para os mais pequenos. É uma bela oportunidade para os pais não se esquecerem
que se pode amar o conhecimento, namorar com a vida, nunca ser feliz sozinho e brincar, ao mesmo
tempo.

6. No Jardim‐de‐infância não é obrigatório comer até à última colher; nem dormir todos os dias. E não é
nada mau que uma criança se baralhe e chame pai/mãe ao educador/a (ou vice‐versa).

7. Os pais estão obrigados a estar a horas quando se trata duma criança regressar a casa. Prometer e
faltar devia dar direito a que os pais fossem sujeitos classificados como tendo necessidades educativas
especiais.

8. Os pais não podem exigir aos filhos relatórios de cada dia de jardim‐de‐infância. Mas estão
autorizados a ficar preocupados se as crianças forem ficando mais resmungonas, mais tristonhas ou, até,
mais aflitas, sempre que regressam de lá. E estão, ainda, autorizados a proibir que o jardim‐de‐infância
só se abra para eles durante as festas.

9. O Jardim‐de‐Infância é uma escola de pais. E um lugar onde os educadores são educados pelas
crianças. Um lugar onde todos se educam uns aos outros não é uma escola como as outras. É um
Jardim‐de‐Infância.

10. Um dia, num mundo mais amigo das crianças, todas as escolas serão Jardins‐de‐Infância!
Por Eduardo Sá (Psicólogo)

Nota: Eduardo Sá é psicólogo clínico, psicanalista e professor de psicologia clínica

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A importância do FAZ - DE - CONTA

                                    
OS JOGOS E BRINCADEIRAS DE FAZ -DE - CONTA

As crianças evoluem por intermédio de suas próprias brincadeiras e das invenções das brincadeiras feitas por outras crianças e adultos. Nesse processo, ampliam gradualmente a sua capacidade de visualizar a riqueza do mundo externamente real, e , no plano simbólico procuram entender o mundo dos adultos, pois ainda que com conteúdos diferentes, estas brincadeiras, possuem uma característica comum: a actividade do homem e suas relações sociais e de trabalho. Deste modo, elas desenvolvem a linguagem e a narrativa e nesse processo vão adquirindo uma melhor compreensão de si próprias e do outro.

No jogo do "Faz de conta" as crianças combinam situações reais com elementos da sua acção fantasiosa. Esta fantasia surge da necessidade da criança, como já dissemos, em reproduzir o quotidiano da vida do adulto da qual ela ainda não pode participar ativamente.

Porém, essa reprodução necessita de conhecimentos prévios da realidade exterior, deste modo, quanto mais rica for a experiência humana, maior será o material disponível para as imaginações que irão se materializar nos seus jogos.

Ela começa com uma situação imaginária, que é uma reprodução da situação real, sendo que a brincadeira é muito mais a lembrança de de alguma coisa que de facto aconteceu, do que uma situação imaginária totalmente nova. Conforme a brincadeira vai se desenvolvendo acontece uma aproximação com a realização consciente do seu propósito.


No jogo de faz-de-conta, a criança passa a dirigir o seu comportamento pelo mundo imaginário, isto é, o pensamento está separado dos objectos e a acção surge das ideias. Assim, do ponto de vista do desenvolvimento, o jogo de faz-de-conta pode ser considerado um meio para desenvolver o pensamento abstracto.

Mas além de ser uma situação imaginária, o brinquedo é também uma actividade regida por regras. Mesmo no universo do "faz-de-conta" há regras que devem ser seguidas.
Ao brincar de autocarro, por exemplo, a criança exerce o papel de motorista.
Para isso, tem que tomar como modelo os motoristas reais que conhece e extrair deles um significado mais geral e abstracto para a categoria "motorista".
Para brincar conforme as regras, tem que esforçar-se para exibir um comportamento igual ao do motorista, o que a impulsiona para além de seu comportamento como criança.
Tanto pela criação da situação imaginária, como pela definição de regras específicas, o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança. No brinquedo a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas actividades da vida real e também aprende a separar objecto/significado.
 

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Educação Infantil

                         
A educação infantil, educação pré-escolar ou educação pré-primária consiste na educação das crianças antes da sua entrada no ensino obrigatório. É ministrada normalmente no período compreendido entre os zero e os seis anos de idade de uma criança. Neste tipo de educação, as crianças são estimuladas - através de atividades lúdicas e jogos - a exercitar as suas capacidades motoras e cognitivas, a fazer descobertas e a iniciar o processo de alfabetização.
              
A educação infantil ou pré-escolar é ministrada em estabelecimentos educativos de vários tipos como berçários, creches, pré-escolas, jardins de infância, infantários ou jardins-escola.
         


                                                 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Projecto

                                                  
                                                     


" Tudo parece apontar que (bons níveis de desenvolvimento para um maior número de alunos) poderá ser a vir ser conseguido(...) se os conteúdos curriculares se tornarem significativos para professores e alunos(...) o trabalho por projectos poderá constituir uma resposta".


Luisa Cortesão et.al (2002)

Projecto Educativo de Escola
  • Documento que formaliza as intenções e acções da política educativa e curricular de uma escola
  • Instrumento de concretização e de gestão da autonomia da escola.
  • Proporciona a existência de diálogo dentro da escola e fora dela (com a comunidade)

Projecto Curricular de Escola
  • Documento que define as estratégias de desenvolvimento do currículo, com vista ao contexto de cada escola.
  • Este documento deve estar integrado no Projecto Educativo
  • Em função do Currículo e do P.E.E. definem-se as prioridades da Escola, as competências a trabalhar e os conteúdos a trabalhar em cada área curricular.
Projecto Currilurar de Turma (em Jardim de Infância)
Documento que define as estratégias de concretização de desenvolvimento das OCEPE, do P.C.E., visando adequá-lo ao contexto de cada grupo.

Referências bibliográficas:
  • Conceber e avaliar, Edições Asa, 2001, Carlinda Maria Ferreira Alves Faustino Leite, Lúcia Gomes, Preciosa Teixeira Fernandes

 

domingo, 21 de agosto de 2011

Modelos Pedagógicos Actuais



 
 
Modelos Pedagógicos Actuais

Coleção: Aula Prática

Tamanho: 14x21cm
ISBN: 972-707-239-9
Ano de edição: 1999
 



Esta obra apresenta informação relevante sobre os autores que marcam o actual pensamento pedagógico. Apresentam-se catorze modelos pedagógicos actuais, considerados referências fundamentais para a cultura pedagógica de cada professor. Indispensável para os professores dos ensinos básicos e secundário, assim como para os alunos dos Cursos de Formação de Professores e dos Cursos de Pós-graduação em Educação.

Modelo High/Scope

                                              High/Scope
Aprender, fazendo

High/Scope Aprender, fazendo

O conhecimento não provém nem dos objectos nem da criança, mas das interacções existentes entre a criança e os objectos (Piaget)


A Escola Raiz foi umas das pioneiras na zona de Lisboa a desenvolver o método High/Scope, criado nos EUA, no início dos anos 60, para acompanhar crianças em risco nos bairros pobres do Michigan. Começou a sua actividade apenas com crianças do pré-escolar, tendo alargando de modo sustentado as suas valências e hoje a sua prática abrange desde a creche ao segundo ciclo, ou seja, dos quatro meses aos 12 anos, sempre com o mesmo referencial educativo, adaptado e contextualizado à realidade portuguesa.
O modelo parte do princípio que a criança aprende, fazendo. Margarida Silveira, directora desta escola, explica: “Faz sentido uma aprendizagem activa por oposição à pedagogia transmissiva. Ou seja, a criança vai construindo o seu conhecimento à medida que vai fazendo as suas explorações e tendo as suas experiências. Ela não decora as coisas; primeiro faz, aprende e só depois memoriza.
As bases do modelo High/Scope centram-se na aprendizagem como processo em que as crianças agem sobre e interagem com o mundo imediato de forma a construírem o seu conceito da realidade cada vez mais elaborado. Os meninos vivem assim experiências directas e imediatas e tiram delas um significado através da reflexão, de modo a construírem esse conhecimento que as ajuda a dar sentido ao mundo. Como? Planeando o que vão fazer, realizando e revendo.
Isto torna-se fascinante quando se pensa que bebés de seis, sete ou oito meses planeiam e revêem o que realizaram. Uma das nossas preocupações é podermos criar-lhes, desde pequeninos, metodologias de aprendizagem e de estudo que são as mesmas que vão utilizar quando forem crescidos. Isto faz com que se tenham uma acção organizada com princípio, meio e fim”.
                                                                                                                             Coisas de Criança

Para refletir...

 

"SEM A CURIOSIDADE QUE ME MOVE, QUE ME INQUIETA,
QUE ME INSERE NA BUSCA,
NÃO APRENDO NEM ENSINO."
 
                                                                          Paulo Freire

A importância de ouvir contar histórias

De ouvinte a leitor - a importância de ouvir contar histórias

"Tornar-se leitor implica, obrigatoriamente, passar por diferentes etapas que acompanham o crescimento físico, psíquico, linguístico e afectivo da criança."(1) A criança não nasce leitora nem com a capacidade de o fazer. Ela adquire as competências essenciais à sua realização através de vários processos que, no seu devido tempo, a ajudam a auto-construir-se como pessoa e também a adquirir o gosto pela leitura.

Tanto os pais como os professores e educadores, numa atitude conjunta, têm ter em atenção que "género de livro se adequa melhor ao desenvolvimento da competência de leitura da criança, para não correrem o risco de se perderem no meio da vasta oferta do mercado editorial infanto-juvenil."

O leitor começa por ser um ouvinte de histórias. Uma e outra vez, ora uma, ora outra...

Mas antes, é também um manipulador. Um explorador do livro, como se de um brinquedo se tratasse e que ele enquanto bebé explora com todos os seus cinco sentidos. "Hoje, considera-se que se um exemplar não acabar os seus dias destruído por puxões, riscos, mordidelas e baba, não cumpriu inteiramente a sua função."(1)

Existem diversos tipos de narrativas que devem ser tidas em consideração, tais como, os contos de fadas, as fábulas, os mitos, as lendas... aqui importa também a variedade e ter em conta quais são as necessidades da criança numa determinada fase da sua vida. Mas mais importante que escolher o tipo de leitura é mesmo ler alto para a criança ouvir. Ler e contar uma história são processos diferentes, mas ambos muito importantes, pois ambos são capazes de ajudar a criança a criar o hábito de procurar o conhecimento do qual elas irão precisar. Deve-se sim começar desde muito cedo, mesmo dentro da barriga da mãe. A entoação das palavras e das frases, além do seu significado, desenvolvem a linguagem da criança, as suas competências linguísticas e, mais tarde, formarão o caminho essencial para o desenvolvimento da leitura e da escrita.

Ouvir contar uma história desenvolve também a imaginação das crianças desde muito cedo.



Bibliografia:

(1)-BARROSO, Rita, "Pequenos leitores", Pais e Filhos, Outubro de 2005;

O leitor das palavras

"A principal característica deste leitor é a sua identificação com o herói, que faz dele protagonista das histórias que lê."(1)

Um cantinho da leitura ou uma área de livros é um dos pontos de referência de uma sala de Creche e, mais importante ainda, de Jardim de Infância. Lá mas não só ali, a criança ouve contar uma história, folheia um livro, observa atentamente cada imagem e, até dá os primeiros passos na escrita se para isso encontrar ali os materiais a isso necessários. Ela lê ao seu jeito as histórias dos livros que escolhe e aprende agora a tratá-los bem e a cuidar deles.

Mas quando entra na aventura que é o primeiro ciclo, na sua escola "dos grandes", a criança adquire uma nova relação com o livro. Este, deixa de ser apenas uma fonte de prazer para passar a ser "um instrumento de aquisição e sistematização de saberes."(1)

"Entre os 6 e os 8 anos de idade, o pensamento intuitivo subjuga o processo de leitura onde predomina a fantasia, que ajuda a criança a compreender e a adaptar-se ao mundo real." Esta é de facto, "a base dos contos de fadas e das fábulas mais elaboradas (...) que fazem a criança reflectir sobre os seus próprios problemas."(1)

Na sua essência estes expõem o leitor a dilemas existenciais. "Lidando com problemas humanos universais, especialmente com os que preocupam o espírito das crianças, as histórias falam ao seu ego nascente, encorajando o seu desenvolvimento, enquanto ao mesmo tempo, aliviam tensões pré-conscientes ou inconscientes."(2)

Claro que estas divisões em faixas etárias não são de todo estáticas, como em qualquer processo de desenvolvimento infantil, sendo apenas referências. Ao chegar aos 8, 10 anos, os interesses da criança "vão ser substituídos por uma maior preocupação com o mundo exterior, dando aso a um género de literatura mais realista: livros de consulta, banda desenhada, contos fantásticos, histórias humorísticas e os primeiros livros de aventuras."(1)



Bibliografia:

(1)-BARROSO, Rita, "Pequenos leitores", Pais e Filhos, Outubro de 2005;
(2)-BETTELHEIM, Bruno, "Psicanálise dos contos de fadas", Bertrand Editora;

sábado, 20 de agosto de 2011

Os 10 Mandamentos da Criança aos Pais



Os 10 Mandamentos da Criança aos Pais

  1. As minhas mãos são pequenas: por favor não esperem a perfeição ao fazer a cama, desenhar, atirar e agarrar uma bola. As minhas pernas são pequenas: por favor abrandem para eu vos poder acompanhar.
  2. Preciso de encorajamento para crescer. Por favor sejam brandos nas vossas críticas. Lembrem-se: podem criticar o que faço sem me criticarem a mim.
  3. Os meus olhos não vêem o mundo do mesmo modo que os vossos. Por favor deixem-me explorá-lo em segurança. Não me impeçam de o fazer sem necessidade.
  4. Os meus sentimentos ainda estão tenros. Não impliquem comigo o tempo todo. Tratem-me como desejariam ser tratados.
  5. As tarefas domésticas estão sempre a precisar de ser feitas. Só sou pequeno por pouco tempo. Por favor percam tempo a explicar-me as coisas deste fantástico mundo em que vivemos e façam-no de boa vontade.
  6. Por favor não vão "fazer por cima" tudo o que eu faço. Isso dá-me a ideia de que os meus esforços nunca alcançam as vossas expectativas. Sei que é difícil, mas não me comparem a outras crianças.
  7. A minha existência é uma dádiva. Cuidem de mim como é esperado, responsabilizando-me pelas minhas acções, dando-me linhas de orientação e disciplinem-me de um modo afectuoso.
  8. Por favor não tenham medo de ir passar fora um fim-de-semana. Os filhos precisam de férias dos pais como os pais precisam de férias dos filhos. É uma bela maneira de mostrarem como a vossa relação é especial.
  9. Por favor dêem-me a liberdade para tomar decisões que me dizem respeito. Deixem-me falhar, para que eu possa aprender com os meus erros. Assim, um dia estarei preparado para tomar as decisões que a vida me exigirá.
  10. Por favor dêem-me todas as oportunidades para eu aprender e bons exemplos para eu seguir. Assim poderei tornar-me numa pessoa verdadeira, recta e humana.

Educar

A Criança e a Sua Vida Rica em Ensinamentos

Observar uma criança pode ser mais rico e compensador para sua vida do que qualquer experiência ou programa de Autoconhecimento

 
Existem professores treinados em psicologia, que dizem saber tudo da natureza humana, e mesmo assim pouco tem a nos dizer. Uma criança, não sabe nada, e mesmo assim sua vida é o ensinamento mais rico do mundo, para quem for capaz de ver.

  1. Para a criança cada dia é diferente do outro. Ou seja, o dia anterior foi o dia anterior e não faz mais parte do seu passado. O novo dia é tudo o que lhe importa, é só o que existe.
  2. Do dia anterior a única coisa que ela traz é o que aprendeu e mesmo assim não sabe disso. Quer dizer, ela não sabe que aprendeu antes como enfrentar uma situação nova, do novo dia que surge a sua frente. Ela apenas enfrenta a nova situação, como se realmente fosse nova, e dedica a ela toda sua energia e experiência acumulada.
  3. Os erros que ela cometeu no dia anterior, ela não lembra mais. Mas agora ela já sabe o que é errado, só não lembra onde aprendeu isso. Se lembra, não dá importância a isso. O importante é que ela já sabe como não deve fazer uma coisa que fez errado antes.
  4. No processo da descoberta de como resolver uma coisa, há imersão total. Todo o seu "ser", ente, vai estar envolvido na solução daquele problema. Ela não consegue deixar para resolver depois, precisa dar uma resposta imediata à aquele contratempo. Como ela não esquece, ela própria passa a fazer parte do problema. Assim o problema acaba fazendo parte dela e não sendo uma coisa separada. Sendo ela em si o problema, e como ela passa a viver 24 horas por dia com aquele problema, logo ela o compreende e assim ele, o problema, deixa de existir. Solucionado o problema, ela imediatanente o descarta da sua vida. Ou seja, aquilo não será mais visto por ela como problema, não importa quantas vezes mais ela o encontre daí pra frente.
  5. Na busca de uma solução, como ela não tem conhecimentos sofisticados e a capacidade de complicar, suas soluções são as mais simples e diretas possíveis.
  6. Ela costuma, baseada num problema encontrado, brincar com o problema durante sua busca de uma solução.
  7. Então, problema para uma criança, na maioria das vezes, não são problemas de fato, são uma necessidade básica de aprendizado e motivação. Ambientes que não ofereçam desafios e problemas, não tem a menor graça para elas. Ou seja, problema para elas é quase como se fosse diversão pura.
  8. No processo de busca de uma solução, ela desiste milhares de vezes, tenta milhares de vezes, mas desistir de verdade, isso ela nunca faz.
  9. Um novo dia para uma criança, é de fato um novo dia. Esse novo dia não faz parte do dia anterior. É comum as crianças brincarem com seus velhos brinquedos como se nunca os tivesse visto antes.
  10. Pessimismo para uma criança é, ver a mãe ou o pai triste, irmão, amigo ou outra criança doente; adultos com problemas e que fazem questão de torná-los públicos em sua presença. Otimismo para uma criança é, ver um adulto com problemas sorrindo, outra criança doente sorrindo, pessoas da família tristes mas sorrindo. No seu mundo, existem apenas dois tipos de problemas, aqueles que devem ser enfrentados não importa a situação daquele momento, e aqueles que devem ser esquecidos se não são importantes naquele momento.
  11. Uma criança quando fica ou está doente, não sabe que ficar doente é ruim. Ela sente os efeitos físicos da doença, mas ela planeja seu futuro como se não existisse obstáculo algum à sua frente. Ela planeja seu dia seguinte como se nada estivesse acontecendo. Não desanima em momento algum, sabe na sua simplicidade psicológica que doença e saúde não estão separadas, tudo é uma coisa só. É muito importante notar que ela nunca diz: "Se eu ficar boa...", e sim "Amanhã quando eu melhorar eu vou fazer isso e aquilo...". Também ela ainda não teve tempo de desenvolver o apego às coisas, assim medo e insegurança não existe em seu mundo simples. Seu mundo se resume a duas coisas; O dia que ela está disposta para brincar e o dia que não está. Desse modo ela não vê doença e saúde como coisas distintas.
  12. Uma criança, tem a capacidade excepcional de guardar para sempre os bons momentos e usá-los como experiência pelo resto de sua vida. Tem também a capacidade de guardar para sempre os maus momentos e usá-los como experiência pelo resto de sua vida. Tem também a capacidade de não Ter saudade ou lembrança mórbida, nem de bons, nem de maus momentos.
  13. Ela não conta os dias que já viveu ou ainda vai viver. Isso não tem a menor importância. Como ela não baseia sua vida nisso, quer aprender sempre e todos os dias. Ela sequer sabe o que vai fazer com o que aprende ou vai aprender, simplesmente ela quer aprender mais e mais. Se ela vai Ter tempo para usar o que está aprendendo ou vai aprender, não faz parte do seu pensamento. Viver para ela é uma coisa muito simples. Ela pensa, amanhã eu faço de novo. Nunca diz, amanhã eu tento de novo, ou diz, será que isso vai dar certo amanhã..?. Incerteza para ela é só uma palavra cujo significado ele desconhece. Fazer, não fazer, tentar e tentar mais, para ela é a mesma coisa.
  14. O dia para uma criança, não tem o limite de oito ou vinte e quatro horas. Para uma criança o tempo cronológico não existe. Para uma criança o ano todo é igual a um dia. Noite e dia é a mesma coisa. A diferença é que uma parte é clara e tem sol e a outra não. Apenas o tempo psicológico faz parte de sua vida. E tempo psicológico não trabalha dentro dos ponteiros de um relógio. O tempo psicológico é toda sua vida naquele único minuto ou instante. 

Foto: Fernanda Sá










O Educador, as Crianças e o Lúdico

                                   31 2916 corda1 300x186 O Educador, as Crianças e o Lúdico

Inegável que a “brincadeira” é a atividade primordial na infância. A situação lúdica que se instaura ganha caráter de “orientação”, ou seja, de facilitação de tarefas objetivadas pelo professor, sem que se questione sobre a forma singular do jogo, sobre qual é realmente o objetivo deste.
A brincadeira é uma forma da criança constituir-se como indivíduo formulando e compartilhando significados.
Na perspectiva sócio-cultural, brincar traduz a forma como as crianças interpretam e assimilam o mundo, os objetos, a cultura, as relações e os afetos das pessoas. É uma maneira de conhecer o mundo adulto sem adentrar neste mundo realmente.
Brincar é uma forma de atividade social infantil, cujo aspecto imaginativo e diverso do significado cotidiano da vida fornece oportunidade educativa para as crianças.
“De acordo com Vygotsky, através do brinquedo, a criança aprende a atuar numa esfera cognitiva que depende de motivação interna… a criança poderá utilizar materiais que servirão para representar uma realidade ausente … (Rego, 1996, p. 819).
Vale ressaltar que os valores podem através da brincadeira, serem internalizados pela criança na medida que esta está em contato com estes valores em sua vida diária.
Neste contexto percebe-se nitidamente a importância das atividades lúdicas no processo de alfabetização.
A medida que a criança utiliza-se da brincadeira, do lúdico, ela interage com o outro, com o objeto e consigo mesma, desenvolvendo a linguagem, função esta que organiza todos os processos mentais da criança, dando forma ao pensamento.
É muito importante desenvolver no processo de alfabetização o fator linguagem, mesmo antes de passar para a escrita que já é uma linguagem estruturada, a criança desenvolve seu potencial de criação imaginária e o lúdico tem com certeza um papel primordial nesse processo.
Resumindo, o que eu quero dizer, caro educador , pai, amigo leitor é que o lúdico faz a criança querer aprender e aprender é tudo.

Multiculturalidade

Meninos de Todas as Cores
Vivemos num mundo onde a diferença é uma constante. Mas a diferença não é um problema. Estamos rodeados de pessoas chinesas, espanholas, inglesas, alemãs, francesas, angolanas.... e apesar das diferenças, somos todos humanos.Desta forma, é essencial sensibilizarmos as crianças desde pequeninas de que devem respeitar quem é diferente.Apresento uma história de Luísa Ducla Soares que poderá ser utilizada como suporte de uma série de actividades relacionadas com a multiculturalidade.

MENINOS DE TODAS AS CORES

Era uma vez um menino branco, chamado Miguel, que vivia numa terra de meninos brancos e dizia:

É bom ser branco
porque é branco o açúcar, tão doce
porque é branco o leite, tão saboroso
porque é branca a neve, tão linda.

Mas certo dia o menino partiu numa grande viagem e chegou a uma terra onde todos os meninos são amarelos.
Arranjou uma amiga, chamada Flor de Lótus que, como todos os meninos amarelos, dizia:


É bom ser amarelo
porque é amarelo o sol
e amarelo o girassol
mais a areia amarela da praia.

O menino branco meteu-se num barco para continuar a sua viagem e parou numa terra onde todos os meninos são pretos.
Fez-se amigo de um pequeno caçador, chamado Lumumba que, com os outros meninos pretos, dizia:

É bom ser preto
como a noite
preto como as azeitonas
preto como as estradas que nos levam a toda a parte.

O menino branco entrou depois num avião, que só parou numa terra onde todos os meninos são vermelhos. Escolheu, para brincar aos índios, um menino chamado Pena de Águia. E o menino vermelho dizia:

É bom ser vermelho
da cor das fogueiras
da cor das cerejas
e da cor do sangue bem encarnado.

O menino branco foi correndo mundo até uma terra onde todos os meninos são castanhos. Aí fazia corridas de camelo com um menino chamado Ali-Bábá, que dizia:

É bom ser castanho
como a terra do chão
os troncos das árvores
é tão bom ser castanho como o chocolate.

Quando o menino voltou à sua terra de meninos brancos, dizia:

É bom ser branco como o açúcaramarelo como o solpreto como as estradas
vermelho como as fogueiras
castanho da cor do chocolate.


Enquanto, na escola, os meninos brancos pintavam em folhas brancas desenhos de meninos brancos, ele fazia grandes rodas com meninos sorridentes de todas as cores.
Luísa Ducla Soares, Meninos de Todas as cores